Estamos vivendo um momento em que muito se vivencia a morte, no entanto pouco se fala. Inúmeros casos de mortes sem velório. Caixão lacrado. A morte repentina e assustadora, a falta de despedida, a culpa, a saudade e todo um mundo de sentimentos muitas vezes pouco refletido. Pouco permitido e pouco acolhido.
Em nossa cultura ninguém é preparado para processos de perda, e talvez por isso, seja tão difícil encarar este momento, quando ele bate a nossa porta!
Atendi diversos casos de enlutados, que me diziam estarem sofrendo, por não poder sofrer!!! “ninguém mais aguenta eu falar sobre isso” “ minha filha não me deixa falar sobre isso” “retornei ao trabalho poucos dias depois de ter perdido meu pai” “ não posso ficar assim, preciso melhorar logo”! Entre tantos outros relatos, sinto a mesma questão: Não podemos, na sociedade em que vivemos “nos dar o luxo” de estar em luto. E é justamente por não poder vivencia-lo que adoecemos.
O Luto, apesar de extremamente doloroso, não é sinônimo de doença. Pelo contrário, é um processo saudável, necessário e inevitável, portanto ele precisa necessariamente ser vivido, para assim poder ser elaborado.
Acolha seus sentimentos, se permita sentir. Tudo bem estar triste. Tudo bem sentir-se vazio ou solitário. Faz parte. Fale sobre isso. Sobre a morte, sobre seus sentimentos em relação a perda, sobre sua dor. Falar ajuda no processo de elaboração.
Se cuide. Busque ajuda. Aceite ajuda. Você não precisa passar por isso sozinho.
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